segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Bancos de Sementes nacionais

Banco de Sementes A.L. Belo Correia
O Banco de Sementes A.L. Belo Correia, inaugurado em 2001, é uma infraestrutura de conservação e investigação cujo objetivo principal é a conservação de sementes da flora Portuguesa a longo prazo.
Trata-se do maior e mais antigo banco de sementes de espécies autóctones em Portugal continental, conservando em março de 2015, 3700 amostras de sementes, pertencentes a 1130 espécies. Nesta coleção está já representado mais de 1/3 da flora e 57% das espécies protegidas do continente português. Destacam-se ainda cerca de 220 espécies da região submersa pela barragem de Alqueva e 250 espécies de plantas do Jardim Botânico.
A conservação das espécies ameaçadas é uma prioridade e permite implementar em Portugal a Estratégia Global para a Conservação das Plantas.
A coleção constitui assim um seguro contra a extinção das plantas no seu habitat natural, disponibilizando sementes para a reabilitação de habitats e a reintrodução de espécies ou reforço das suas populações. Constitui ainda uma fonte de material de origem e qualidade controladas para investigação científica.
As sementes são conservadas a humidade e temperatura baixas. Nestas condições, milhares de sementes de uma só espécie podem manter-se vivas durante dezenas ou centenas de anos. 


As sementes acondicionadas em tubos de ensaio

O Banco de Sementes dando prioridade à conservação de espécies ameaçadas contribuiu assim para o cumprimento, em Portugal, da meta 8 da Estratégia Global para a Conservação das Plantas, sendo este o único banco de sementes português com protocolo de colaboração com o Millennium Seed Bank/RoyalBotanic Gardens-Kew e o único membro nacional do consórcio ENSCONET-The European Native SeedConservation Networkconsórcio europeu que reúne 30 bancos de sementes de espécies autóctones.
Em 2014 teve início a colaboração no projecto internacional “Adapting agriculture to climate change: collecting, protecting and preparing crop wild relatives”, liderado pelo Global CropDiversity Trust e pelo Millennium Seed Bank. Em parceria com outros bancos de sementes portugueses, serão recolhidas sementes de 29 espécies aparentadas de espécies cultivadas (“crop wild relatives”) em Portugal. Estas sementes serão conservadas em Portugal e no Millennium Seed Bank e estarão disponíveis para programas de melhoramento e obtenção de novas cultivares num cenário de alterações climáticas.
Nota: a designação cultivares significa "variedade cultivada" de uma espécie vegetal. O conceito foi oficialmente adoptado no XIII Congresso de Horticultura, realizado em Londres (1952), com o objectivo de distinguir as variedades cultivadas das de ocorrência natural.


A criação do Banco de Sementes da HortaFCUL irá permitir-nos conservar as nossas sementes e dar-nos-à independência em relação às empresas produtoras de sementes, permitindo ao projecto HortaFCUL produzir as suas próprias sementes de qualidade e conservando as sementes nativas, conhecidas como sementes crioulas, numa tentativa de aumentar a diversidade e variabilidade das nossas culturas.
Este banco tem ainda por objectivo colaborar com Banco de Sementes do Jardim Botânicoda Universidade de Lisboa e com a Associação Colher para Semear (da qual a HortaFCUL é sócio guardião), armazenando sementes, de modo a evitar que certas culturas Portuguesas desapareçam.
O Banco de Sementes HortaFCUL é ainda uma oportunidade de fazer trocas de sementes com outros bancos e obter uma maior diversidade de plantas no nosso jardim alimentício.


O Banco de Sementes dos Açores, criado em 2003, está vocacionado para a conservação de espécies de flora endémica do arquipélago dos Açores, nomeadamente as mais ameaçadas.
As sementes são acondicionadas em tubos de ensaio com sílica (absorção de humidade) e guardadas em câmaras de frio (-15ºC).

Tubos de ensaio com sementes

Sementes de cardo-leiteiro, uma das nossas plantas

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